Estreia: 16-08-2003 – Teatro Carlos Gomes (RJ)
Em 2003, a dupla Möeller & Botelho voltou a trabalhar em cima da obra de Chico Buarque, na remontagem do musical “Ópera do Malandro”, que se tornou um estrondoso sucesso de público e crítica no Rio, São Paulo e em Portugal, onde foi apresentado em duas temporadas.
O espetáculo, uma luxuosa produção assinada por Charles (direção, cenários e figurinos) e Claudio (direção musical) trouxe 20 atores em cena, 12 músicos tocando ao vivo, três palcos giratórios montados num cenário de três andares, e 75 figurinos.
A cenografia era dominada pelos Arcos da Lapa, com os palcos giratórios compondo os diferentes ambientes. Já os figurinos recriaram a Lapa e o Rio dos anos 40. Para executá-los foi contratada uma equipe de alfaiates e costureiras. Só a confecção das peças demorou três meses.
Ao todo foram apresentadas 20 canções. Além das já consagradas na primeira versão, como “Folhetim” e “Geni e o Zepelim”, foram inseridas músicas compostas para a adaptação cinematográfica feita por Ruy Guerra em 1985, como “Palavra de Mulher” e “Las Muchachas de Copacabana”.
No elenco, Alexandre Schumacher, Soraya Ravenle, Lucinha Lins, Mauro Mendonça, Cláudio Tovar, Alessandra Maestrini, Sandro Christopher, entre outros nomes.
O espetáculo foi gravado ao vivo, gerando CD lançado pela Biscoito Fino. O CD traz na íntegra as canções do espetáculo, gravadas no palco do Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, Rio, com arranjos e orquestração luxuosos de Liliane Secco, e regência de André Luís Góes.
“Quando começamos a produção, todo mundo falava: essa peça não vai dar certo, é uma loucura vocês mexerem nisso, isso é patrimônio dos anos 1970. E seguimos adiante. A peça tem um viés político muito forte, que não sabia se iria interessar tanto nos dias de hoje, e é extremamente verborrágica. Isso me preocupava, embora adorasse a história“, disse Charles.
“Nós mexemos muito no texto, perguntamos ao Chico se podia, ele deu autorização e cortamos muito, senão a montagem ia ficar com 5 horas. Incluímos praticamente todas as músicas que ele escreveu para o filme de Ruy Guerra. Digamos que era um mix de tudo que ele tinha escrito para a Ópera do Malandro no teatro e no cinema“, explicou Claudio.
“Nós viramos um pouco mais mainstream depois da Ópera do Malandro. A Ópera era o assunto da cidade. Eu andava nas ruas e via pessoas com a camiseta da peça. Acho que ali demos o primeiro passo em direção a um tipo de teatro a que o Rio de Janeiro andava meio desacostumado: o que traz hordas de fãs para assistir aos espetáculos mais de uma de vez“, complementa Charles.
A crítica Barbara Heliodora rasgou elogios à montagem da dupla:
“(…) Com uma variedade de locais a serem apresentados, Charles Möeller resolveu brilhantemente a cenografia, com os Arcos da Lapa dominando o mundo dos malandros (…) São também de Möeller os ótimos figurinos, que criam época e personagens na linha de exagero que o espetáculo exige. A direção de Charles Moeller mantém o quadro de exagero que o texto sugere e tira ótimas atuações de seus atores-cantores, bem como de seus cantores-atores (…) A “Ópera do malandro”, enfim, é um prazer excepcional para um público que anda sequioso para ver o que é bom“.
Ficha Técnica
Musical de:
Chico Buarque
Direção / Figurinos / Cenografia:
Charles Möeller
Direção Musical:
Claudio Botelho
Orquestrações:
Liliane Secco
Regência:
André Luiz Góes
Iluminação:
Paulo César Medeiros
Coreografia:
Renato Vieira
Projeto de Som:
Branco
Produção:
Axion Produtores Associados
Elenco:
Max Overseas – Alexandre Schumacher
Teresinha – Soraya Ravenle
Duran – Mauro Mendonça / Nuno Leal Maia
Vitória – Lucinha Lins / Selma Reis
Tigrão – Claudio Tovar / Thelmo Fernandes
Lucia – Alessandra Maestrini
Geni – Sandro Christopher / Thelmo Fernandes / Fernando Eiras
Prostitutas:
Dóris Pelanca – Ada Chaseliov
Fichinha – Sabrina Korgut
Mimi Bibelô – Ivana Domenico / Camila Caputti
Dorinha Tubão – Renata Celidonio
Shirley Paquete – Sheila Mattos / Marya Bravo
Jussara Pé de Anjo – Lilian Valeska
Catarina Blue – Maria Carolina Ribeiro / China Blue – Ester Elias
Malandros:
Barrabás – Claudio Lins / André Falcão
General Electric – Ronnie Marruda
Johnny Walker – Paulo Mello / Renato Rabelo
Phillip Morris – Mauro Gorini/Murilo Neves/Ricca Barros/Mauricio Baduh
Big Ben – André Falcão / Cristiano Gualda
Kid – Giuliano Candiago / Betto Serrador / Chris Penna
Orquestra:
Carlos Mendes / Anderson / Cintia Zanco / Keder Candido – primeiro violino
Angélica Alves / Talita / Danilo Trevisan – segundo violino
José Völker / Tais Mendes / Anai Rosa / Renato Kutner – viola
Claudia Grosso Salles / Ronildo / Marisa Silveira / Fabio Petrucelli – violoncelo
Silvio D’Amico / Thiago Trajano / João Gaspar / Cesar Berton – violão
Omar Cavalheiro / Felipe Portinho – baixo
Vitor Motta / Fernando / Goio Lima – sax
Vinícius Lugon / Josué Silva / Claudio Faria / Amílcar – trompete / flugelhom
João Luis Areias / Wanderson / Marcos / Silvio Giannetti / Jesaias – trombone
João Bittencourt / Itamar Assieri / Adriano Souza / Christianne Neves – piano
Affonso Netto / Joca Morais – bateria / percussão
Apresentações:
Portugal
Temporada Portugal em 2006 – de 10 a 25 de março:
(Coliseu dos Recreios / Lisboa 11 apresentações e Coliseu do Porto)
Temporada Portugal em 2005 – de 26 de fevereiro a 26 de março:
Centro Cultural de Belém / Lisboa – Portugal
Coliseu dos Recreios / Lisboa – Portugal
Coliseu do Porto / Porto – Portugal
Centro de Artes e Espectáculos – Figueira da Foz – Portugal
Rio de Janeiro
Canecão / RJ – de 28 de abril a 8 de maio de 2005
Teatro Carlos Gomes / RJ – de 16 de agosto de 2003 a 30 de junho de 2004
São Paulo
Tom Brasil – Nações Unidas / SP de 22 de julho a 22 de agosto de 2004
Vídeos:
Alessandra Maestrini e Soraya Ravenle – O Meu Amor:
http://youtu.be/Srs_P3uVy_Y
Las Muchachas de Copacabana:
http://youtu.be/k6R3SOV1qko