Milton Nascimento – Nada será como Antes

50 anos de carreira de Milton Nascimento são celebrados com musical de Möeller & Botelho Sobre ele disse Elis Regina: “Se Deus cantasse, seria com a voz do Milton”. Tom Jobim o chamou de “Rei da mata brasileira, uirapuru verdadeiro”. Chico Buarque definiu: “Bituca manda em mim”. Já Caetano Veloso resumiu: “Um talento na área […]

50 anos de carreira de Milton Nascimento são celebrados com musical de Möeller & Botelho

Sobre ele disse Elis Regina: “Se Deus cantasse, seria com a voz do Milton”. Tom Jobim o chamou de “Rei da mata brasileira, uirapuru verdadeiro”. Chico Buarque definiu: “Bituca manda em mim”. Já Caetano Veloso resumiu: “Um talento na área da genialidade, uma coisa meio espiritual”.

Aclamado como um dos maiores compositores e a grande voz masculina do Brasil, Milton Nascimento completa 50 anos de carreira e 70 de vida em 2012.

Para celebrar a importante data, a dupla Charles Möeller & Claudio Botelho apresenta o musical “Milton Nascimento – Nada Será como Antes”, com estreia marcada para nove de agosto, no Theatro Net Rio, no Rio de Janeiro.

O espetáculo, que marca o início da parceria da dupla Möeller & Botelho com a GEO Eventos, traz clássicos de Milton interpretados, pela primeira vez, em um contexto teatral.

Catorze atores e músicos vão soltar a voz e o som de seus instrumentos para reconstruir o universo do cantor e compositor nascido no Rio, mas mineiro de criação e coração.

“Não há uma divisão entre orquestra e atores: todos formam uma única voz a serviço da brilhante obra musical de Milton Nascimento”, explica o diretor Claudio Botelho.

“A palavra na obra do Milton é muito forte. A palavra é muito simples, é direta. As imagens são muito precisas e nós já trazemos essa música no nosso inconsciente, no nosso interior. Ao mesmo tempo em que é fácil por a gente conhecer e amar a obra, é difícil porque temos que fazer uma releitura”, afirma o diretor Charles Möeller.

“O mais importante para nós era a obra, tentar olhar as canções do Milton de um ponto de vista teatral”, complementa Botelho.

“Ter minhas músicas num espetáculo dessa envergadura é muito mais que um sonho para mim. Tive que disfarçar o choro”, diz o próprio Milton Nascimento, que assistiu a um ensaio poucos dias antes da estreia.

A simplicidade dá o tom

Assim como “Beatles num Céu de Diamantes”, outro sucesso da dupla Möeller & Botelho, “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes” não tem perfil biográfico. Não há uma historinha, nem diálogos. O formato segue o estilo ‘revista’, com foco primordial nas canções. O contexto é uma casa no interior de Minas, onde amigos, tal como no Clube da Esquina, se reúnem para cantar, tocar instrumentos e viver histórias.

“Não queríamos marcas circenses nem coreografias, mas um olhar que significasse muita coisa. O Milton tem uma singeleza que, se o ator não tiver dentro de si, não vai conquistar”, diz Möeller.

Marya Bravo, Claudio Lins, Tatih Köhler, Pedro Sol, Estrela Blanco, Jules Vandystadt, Cássia Raquel, Jonas Hammar, Wladimir Pinheiro e Sergio Dalcin dividem a cena com os músicos Delia Fischer – também responsável pelos arranjos –, Lui Coimbra, Whatson Cardozo e Pedro Aune.

Os figurinos, assinados por Charles, têm um ar de ‘roupa vivida’, como se tivessem saído de um antigo baú. “Milton fala de temas fundamentais com uma simplicidade e um despojamento sem igual. Sem levantar bandeiras, ele fala de negritude, mas também do branco, do latino. É universal ao falar de Minas Gerais e do seu universo particular de amigos e artistas”, resume o diretor.

As muitas estações de Milton

A vastidão da obra foi um desafio encontrado pela dupla na hora de selecionar o repertório final e formatar o roteiro do espetáculo. “Chegamos a pensar em fazer somente o ‘Clube da Esquina’, para ter um recorte mais focado, mas seria injusto deixar dezenas de clássicos de fora”, explicam os diretores, que optaram por uma divisão do musical em quatro atos correspondentes às estações do ano.

Enquanto composições que remetem a um solar imaginário interiorano (‘Bola de Meia, Bola de Gude’, ‘Aqui é o País do Futebol’) compõem o ‘Verão`, ‘A Cigarra’, ‘Um Girassol da Cor do seu Cabelo’ e ‘Nuvem Cigana’ dão colorido à Primavera. Clássicos que atravessaram gerações (‘Cais’, ‘Caçador de Mim’, ‘Encontros e Despedidas’ e ‘Faca Amolada’) moldam o Outono e continuam pelo Inverno, com ‘Nada Será como Antes’ e ‘O que foi Feito Devera’.

Ficha técnica

Criação e Direção:                      
Charles Möeller & Claudio Botelho

Arranjos Musicais:
Delia Fischer

Arranjos Vocais:
Jules Vandystadt

Cenografia:
Rogério Falcão

Figurinos:
Charles Möeller

Iluminação:
Paulo Cesar Medeiros

Design de Som:
Marcelo Claret

Coordenação Artística:
Tina Salles

Direção Musical:
Claudio Botelho

Direção:
Charles Möeller

Realização:
Möeller & Botelho
Geo Eventos

Elenco:
Claudio Lins
Marya Bravo
Delia Fischer
Cássia Raquel
Estrela Blanco
Jonas Hammar
Jules Vandystadt
Lui Coimbra
Pedro Aune
Pedro Sol
Sergio Dalcin
Tatih Köhler
Whatson Cardozo
Wladimir Pinheiro