‘Side by Side by Sondheim’ estreou em Londres, em uma produção de Cameron Macintosch, uma das primeiras que fez, em 1972. Sondheim nem era ainda o compositor cultuado de hoje. Era um musical com dois pianos e três atores, que ficou muito tempo em cartaz, e virou cult na Inglaterra e depois na Broadway.
“Lado a Lado com Sondheim”, primeira montagem na América Latina e em língua portuguesa de “Side by Side by Sondheim”, estreou no Rio em agosto de 2005, trazendo uma reunião de importantes canções de Sondheim, como “Send in the Clowns”, “A Boy Like That / I Have a Love”, “Losing My Mind” e “I´m Still Here”, entre outras.
O espetáculo abordou com muito humor e cinismo sofisticado, típico de seus personagens, os temas preferidos do compositor: casamento, solidão, vida conjugal e problemas da vida moderna.
“Fizemos uma montagem bem interessante, baseado naquele jogo de palavras cruzadas, scrabble, que o Sondheim adora. O cenário era o tabuleiro e as letras iam formando palavras: casa, casamento, Sondheim, todas com ligações com os números musicais. Eu acho que foi um dos espetáculos mais bacanas de junção da palavra com a encenação”, explicou Charles.
A crítica teceu generosos elogios à direção de Charles e à versão de Claudio, além da performance do elenco, formado por Ester Elias, Ivana Domenico, Marya Bravo, Sabrina Korgut e o próprio Claudio.
O espetáculo contou com a direção musical de André Luís Góes, coreografia de Renato Vieira, iluminação de Aniela Jordan, e cenário e figurinos de Charles.
“Lado a Lado” teve duas temporadas no Rio de Janeiro, no Centro Cultural do Banco do Brasil (31 de agosto a 20 de novembro de 2006) e no Teatro Glória (2 de dezembro de 2005 a 19 de fevereiro de 2006).
“Guardadas as devidas proporções e a minha arrogância (e falta de modéstia), acho que fizemos com Sondheim a mesma coisa que muitos artistas do nosso teatro, como Sérgio Brito, por exemplo, fizeram ao montar pela primeira vez no Brasil Becket, Pinter ou Pirandello. Poderíamos nunca ter visto um Ionesco no Brasil, por exemplo, se não fosse o Luiz de Lima, que traduziu e produziu aqui dezenas de peças do grande autor do Teatro do Absurdo. A vontade e insistência deles foram definitivas para mostrar ao Brasil a obra de determinados autores. Nós queríamos mostrar Sondheim e queríamos que a plateia se interessasse por ele. E conseguimos”, disse Claudio.
Ficha Técnica
Música e Letras:
Stephen Sondheim
Músicas de:
Leonard Bernstein
Mary Rodgers
Richard Rodgers
Jule Styne
Versão brasileira:
Claudio Botelho
Direção, Cenário e Figurinos:
Charles Möeller
Direção Musical:
André Luís Góes
Coreografia:
Renato Vieira
Iluminação:
Aniela Jordan
Projeto de Som:
Branco
Produção:
Axion Produtores Associados
Elenco:
Claudio Botelho
Ester Elias
Ivana Domenico
Marya Bravo
Sabrina Korgut
Pianistas:
André Kacowicz e Zaida Valentim