Incitarte: A Noviça Rebelde: 8 motivos para assistir ao revival de Claudio Botelho e Charles Möeller

Site destaca superação da Dupla M&B ao remontar o musical 10 anos depois

Incitarte: A Noviça Rebelde 8 motivos para assistir ao revival de Claudio Botelho e Charles Möeller

Por Paulo Neto.

Montando seu primeiro revival, 10 anos depois da 1ª versão, a dupla Möeller & Botelho apresenta no Teatro Renault, em São Paulo, o clássico dos clássicos, “A Noviça Rebelde”. O musical estreia no segundo semestre no Rio de Janeiro, ainda sem data divulgada. Por enquanto, o público paulistano pode conferir o musical com Malu Rodrigues como a noviça Maria (a atriz interpretou Louisa, uma das filhas, na 1a versão), Gabriel Braga Nunes estreando no universo dos grandes musicais como o Capitão Von Trapp (em 1990, em outra realidade, o ator participou de Calígula, de Djalma Limongi Batista), Alessandra Verney como a baronesa Elsa Schraeder, Gottsha como a Madre Superiora, Larissa Manoela como Liesl, a filha mais velha da família Von Trapp (na 1ª versão, Larissa interpretou a caçula Gretl), Diego Montez como Rolf (namorado de Liesl), Marcelo Serrado como o Tio Max e grande elenco.

Confiram 8 motivos para você não perder a super produção que fica em cartaz no Teatro Renault até 27 de maio.

1 – A atuação sagaz de Malu Rodrigues, que traz uma nova respiração para as canções antológicas da rebelde freirinha. Há 10 anos, Kiara Sasso havia sido brilhante no papel e Malu, com criatividade cênica e potência vocal, soube redimensionar a personalidade e a voz desta protagonista que é uma das mais amadas em toda a história do teatro musical.

2 – A fantástica Alessandra Verney, na pele da Baronesa Elsa von Schraeder. A atriz/cantora exibe seu talento vocal na linda versão de Claudio Botelho para “How Can Love Survive?” e preenche a viúva Elsa com um empoderamento e um cinismo que a fazem ser querida pela plateia.

3 – A direção musical de Marcelo Castro, que presenteia os ouvidos da plateia com orquestrações inebriantes dos clássicos de Rogers & Hammerstein. O ápice da poesia musical é quando Malu Rodrigues canta “My Favorite Things”, quando é possível ver o público maravilhar-se diante de tanta qualidade que ecoa pelo Teatro Renault.

4 – A atriz/cantora Gottsha (seu nome verdadeiro é Sandra Maria) como a Madre Superiora Abbess. Colaboradora dos diretores Moeller & Botelho há 20 anos (quando estreou em “As Malvadas”), pertence a ela um dos highlights do espetáculo: no final do primeiro ato, quando canta “Climb Every Mountain”, o teatro vem abaixo. É um solo belíssimo. Talvez o momento mais bonito do teatro musical deste ano.

5 – A cenografia majestosa do britânico David Harris. Assistente de Matt Kinley em “O Homem De La Macha” e atuante no West End londrino e na Broadway há muitos anos, Harris criou cenários suntuosos: uma mistura de minimalismo e sofisticação que elevam às alturas a qualidade do espetáculo.

6 – Os figurinos do também britânico Simon Wells, profissional que tem no currículo inúmeros espetáculos da cena teatral de Londres (“Promises, Promises”, “Titanic – O Musical”) e aqui deixa sua marca na criação de vestuários com cores vibrantes em alguns personagens e colorações esmaecidas em outros. Vale destacar o vestido de noiva de Maria e as roupas energizantes da Baronesa Elsa VonSchraeder.

7 – As projeções da empresa paulistana Maze FX, que espalham beleza e poesia em formato de spray no background do palco. O momento mais enternecedor é quando Maria canta “The Sound Of Music”. Reticentes com projeções em seus musicais, a dupla Moeller & Botelho acertou em cheio ao associar cenários físicos a estas magníficas imagens como pano de fundo.

8 – A direção da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho. Remontar o mesmo espetáculo, 10 anos depois, e trazer um novo respiro é uma tarefa árdua. Eles se superam em um musical sereno, maduro, com um fluxo de cenas levantadas com grande consciência narrativa, dignas dos grandes diretores que se tornaram. Vale ressaltar a imensa qualidade das versões das canções, a cargo de Botelho.

“A Noviça Rebelde”
Teatro Renault (Av. Brig. Luis Antonio, 411, São Paulo)
4as a 6as, às 21h. Sábados, às 16h e 21h. Domingos, às 15h e 20h.
Somente até 27/5/18!

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