Biografias Individuais:
Charles Möeller :: Claudio Botelho
Charles Möeller
Charles Möeller (Santos SP – 1967).
“A gente não escolhe ser ator. É algo que você é ou você não é. Eu não consigo ter outra imagem na minha cabeça, durante minha infância, que não seja querer fazer teatro, querer pertencer a este mundo“, disse ele em uma entrevista.
Em 2015, Charles assina o texto do espetáculo “O Impecável”, estrelado por Luiz Fernando Guimarães, e com direção de Marcus Alvisi.
TEATRO
Como Ator
1996 – A Gaivota – direção: Jorge Takla
1995 – Exorbitâncias, uma Farândula Teatral – direção: Antônio Abujamra
1994 – Lago 22 – direção: Jorge Takla
1992 – Colombo – direção: Marcus Alvisi
1990 – Masther Harold e os Meninos – direção: Antonio Mercado
1989 – Outra Vez – direção: Sérgio Viotti e Dorival Carper
1985 – O Noviço – direção: Neyde Veneziano
1980 – Morte e Vida Severina (montagem amadora no SESC de Santos)
Como Diretor
2016 – Rocky Horror Show
2016 – O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
2016 – Cinderella – O Musical (para Fábula Entretenimento)
2015 – Versão Brasileira – Möeller & Botelho – 25 Anos de Musicais
2015 – Kiss me, Kate – O Beijo da Megera
2015 – Nine – Um Musical Felliniano
2014 – Os Saltimbancos Trapalhões – O Musical
2014 – Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos
2013 – Como Vencer na Vida sem Fazer Força
2012 – Milton Nascimento – Nada Será Como Antes – O Musical
2012 – O Mágico de Oz
2011 – Judy Garland – O Fim do Arco-Íris
2011 – Um Violinista no Telhado
2011 – As Bruxas de Eastwick
2010 – Hair
2010 – Gypsy
2010 – Versão Brasileira
2009 – O Despertar da Primavera
2009 – Avenida Q
2008 – A Noviça Rebelde
2008 – Beatles num Céu de Diamantes
2008 – Gloriosa – A Vida de Florence Foster
2007 – Sete – O Musical
2007 – Sassaricando – E o Rio Inventou a Marchinha
2006 – Ópera do Malandro em Concerto
2006 – Sweet Charity
2005 – Lado a Lado com Sondheim
2004 – Tudo é Jazz
2004 – Lupicínio e Outros Amores
2004 – Cristal Bacharach
2003 – Ópera do Malandro
2003 – Magdalena
2002 – Suburbano Coração
2002 – O Fantasma do Theatro
2002 – A Diabólica Moll Flanders
2001 – Um Dia de Sol em Shangrilá
2000 – Company
2000 – Cole Porter – Ele Nunca Disse que Me Amava
1998 – O Abre Alas
1997 – As Malvadas
Como Autor/Adaptador
2015 – O Impecável (espetáculo de Luiz Fernando Guimarães, com direção de Marcus Alvisi)
2014 – Os Saltimbancos Trapalhões – O Musical (Adaptação)
2012 – Milton Nascimento – Nada Será Como Antes – O Musical
2008 – Beatles num Céu de Diamantes
2007 – Sete – O Musical
2004 – Cristal Bacharach
2002 – A Diabólica Moll Flanders – adaptação baseada em livro de Daniel Defoe
2001 – Um Dia de Sol em Shangrilá
2000 – Cole Porter – Ele Nunca Disse que Me Amava
1997 – As Malvadas
Como Cenógrafo/Figurinista
2016 – Rocky Horror Show – figurino
2008 – Beatles num Céu de Diamantes – figurino e cenografia
2007 – Sassaricando – E o Rio Inventou a Marchinha – cenografia
2006 – Ópera do Malandro em Concerto – figurino e cenografia
2003 – Magdalena – figurino e cenografia
2002 – O Fantasma do Theatro – figurino e cenografia
2002 – Suburbano Coração – figurino e cenografia
2002 – A Diabólica Moll Flanders – cenografia
2001 – Os Libertinos: Tróilo e Créssida – cenografia
2001 – Os Libertinos: Timon de Atenas – cenografia
2000 – Candide – figurino e cenografia
1999 – Gula – figurino e cenografia
1998 – Amor de Poeta – figurino e cenografia
1998 – Auto da Compadecida – figurino
1997 – Volúpia – figurino e cenografia
1997 – O Casamento – figurino e cenografia * Prêmio Shell de figurino
1997 – Na Bagunça do Teu Coração – figurino e cenografia
1996 – Os Fantástikos – figurino e cenografia
1996 – Futuro do Pretérito – figurino e cenografia
1995 – O Jovem Torless – figurino
1995 – Exorbitâncias, uma Farândula Teatral – figurino e cenografia
1994 – O Médico e o Monstro – figurino e cenografia
1993 – De Rosto Colado – figurino e cenografia
1991 – O Alienista – figurino e cenografia
1991 – Hello Gershwin – cenografia
1991 – Dorotéia – figurino e cenografia
1989 – O Concílio do Amor – figurino * Prêmios Mambembe, Shell, Apetesp e Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA)
1989 – Paraíso Zona Norte – assistente de cenografia de J.C. Serroni
1988 – Jogo de Cintura – assistente de cenografia de J.C. Serroni
1988 – Xica da Silva – assistente de cenografia de J.C. Serroni
Como Coreógrafo
2014 – Os Saltimbancos Trapalhões – O Musical
ÓPERA
Candide – Opereta cômica em dois atos – figurino e cenografia (2000 / 2002)
Cavalleria Rusticana – figurino e cenografia
La Bohème – figurino e cenografia
La Traviatta – figurino e cenografia
Madama Butterfly – figurino e cenografia
TV
(como Ator)
Telenovelas
1996 – Xica da Silva (TV Manchete) – Santiago
1995 – A Idade da Loba (TV Plus / Band) – Tadeu
1991 – A História de Ana Raio e Zé Trovão (TV Manchete) – Werner
1990 – Mico Preto (TV Globo) – Jota
Seriados
1998 – Você Decide – episódio O Intruso (TV Globo)
1997 – Você Decide – episódio Vida Dupla (TV Globo)
1996 – A Vida como ela é… (TV Globo)
1992 – Você Decide – episódio O Carrasco Nazista (TV Globo)
TV
(como Diretor)
Minisséries / Seriados
(como Autor)
2010
Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Diretor Teatral Musical para Charles Möeller e Claudio Botelho por Gypsy
2009
Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Direção Teatral Musical: Charles Möeller & Claudio Botelho por O Despertar da Primavera
Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) – GRANDE PRÊMIO DA CRÍTICA para Charles Möeller e Claudio Botelho pela contribuição ao Teatro Musical Brasileiro
2008
Prêmio Shell pela direção de 7 – O Musical
Prêmio APTR de Teatro de Melhor Autor por 7 – O Musical
Prêmio Shell para Charles Möeller e Claudio Botelho na Categorial Especial, pela expressiva contribuição ao gênero musical no cenário carioca
1997
Prêmio Shell de figurino por O Casamento
Prêmio Sharp de melhor espetáculo por As Malvadas
1989
Prêmios Mambembe, Shell, Apetesp e Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) por cenário e figurinos em O Concílio do Amor
Claudio Botelho
Claudio Botelho (Araguari MG – 1964).
Primeiros anos de carreira e Formação
Nascido em Araguari (MG), Claudio Botelho foi criado em Uberlândia e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1978, quando sua mãe foi convidada para ser a coordenadora do Colégio Sacré Coeur de Marie.
Morando no Rio, Claudio teve seu primeiro contato com um piano – de uma tia. Quando ia à casa dela, corria para o piano e aprendeu a tocar sozinho.
Em 1980, estudando no São Vicente de Paulo, onde havia um movimento forte de arte, Claudio começou a se apresentar no sarau do colégio. Nesta época tinha verdadeira adoração por Chico Buarque e Milton Nascimento. Um dia, um amigo o convidou para fazer uma aula de teatro no próprio São Vicente. Entrou na aula de Almir Telles e nunca mais saiu. Passou os três anos do curso colegial fazendo teatro e a vontade de participar daquele universo foi ficando cada vez mais forte. Foi Almir quem incentivou Claudio a escrever textos e compor canções para os espetáculos encenados no colégio. Quem apresentou os musicais a Claudio foi o próprio Almir, que o emprestou um disco do filme ‘Oliver’. Esse disco balançou o jovem e foi seu primeiro contato com a música do chamado show business.
Depois que começou a fazer aulas com Almir, Claudio foi, aos 16 anos, pela primeira vez ao teatro de verdade. A peça era Papa Highirte, com Sérgio Britto. Claudio nunca havia pisado em um teatro e ficou apaixonado pelo espetáculo. Depois de Papa Highirte, mergulhou na obra de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e teve certeza de que queria seguir mesmo fazendo teatro. Mais que isso, queria ser ator.
Após se formar no São Vicente, foi para a Unirio fazer teatro, mas deixou o curso depois de um ano. Foi então para a CAL, Casa de Artes de Laranjeiras, que estava sendo inaugurada com professores do gabarito de Sérgio Britto, Glória Beuttenmuller, João das Neves, Alcione Araujo e Luiz de Lima. Claudio foi da primeira turma que se formou lá (em 1992).
Anos 80
Em 1983, com 18 anos, Claudio reuniu um grupo de amigos, jovens atores, e decidiu montar “Os Meninos da Rua Paulo”, do escritor húngaro Ferenc Molnár. A peça estreou em 13 de dezembro daquele ano, no Teatro Vannucci (de segunda a sexta, às 17h) e foi um sucesso, ficando mais de um ano em cartaz, chegando a se apresentar de segunda a segunda. No elenco estavam também Marcos Palmeira, Luis Filipe de Lima, Kiko Mascarenhas, Duda Monteiro e André Barros. A direção foi assinada por Luiz de Lima. O próprio Claudio fez a adaptação do texto para teatro, a partir da tradução do livro, feita por Paulo Rónai.
Em janeiro de 1985, Claudio participou, como ator e compositor, do musical “Quixote”, baseado em Miguel de Cervantes, com direção de Eric Nielsen. A peça foi apresentada no Teatro Cacilda Becker.
Acabada a temporada da peça, Claudio ficou desempregado e chegou a fazer figuração na novela “Bambolê” (1987/1988), da TV Globo. No entanto, continuava criando sem parar, escrevendo adaptações, peças inéditas e canções que iam, em sua maioria, para a gaveta.
Um dia, resolveu fazer uma adaptação de “Oliver Twist”, tamanha era sua paixão pelo musical. Como sabia que não podia usar as músicas, decidiu fazer sua própria versão de Oliver, para a qual compôs 20 músicas com letra e tudo.
Tomou coragem e levou a adaptação para o ator Ary Fontoura, que elogiou a peça, disse que Claudio tinha talento e que gostaria de ouvir as músicas. Ary o convidou então para musicar a peça “Moça, Nunca Mais”, que ele estava fazendo como autor e diretor. Claudio compôs as músicas, fez as letras e ganhava 2% da bilheteria do espetáculo, que estreou em junho de 1989, com Suely Franco no elenco. A peça chegou a viajar para Portugal.
Anos 90
Em 1990, Claudio compôs músicas para um espetáculo de Sérgio Britto, “Casamento Branco”, que não estreou naquele momento, mas pelo qual conheceu o ator Ítalo Rossi. O ator estava estreando um monólogo de poesias de Manuel Bandeira e Fernando Pessoa chamado “Um e Outro”. Viajaram com o espetáculo e na volta, para a temporada carioca, Ítalo convidou Miguel Falabella para re-dirigir. Foi Miguel quem sugeriu colocar Claudio cantando, além de tocar violão. A estreia ocorreu em junho de 1990. E foi durante este espetáculo que Claudio conheceu um rapaz um pouco mais novo do que ele, que atendia pelo nome de Charles Möeller. Ele fazia o filho de Miguel em uma novela e fôra ver o ensaio da peça do colega. Foi assim que tudo começou! Apesar de Ítalo e Miguel, o espetáculo foi um fracasso total – segundo Claudio, nem 10 pessoas em média iam assistir.
Foi quando “Casamento Branco”, de Sérgio Britto, finalmente estreou (agosto de 1990, no CCBB-RJ) e Claudio teve excelentes críticas para suas músicas. Nesta peça, Claudio foi cantor, diretor musical, adaptador dos versos do dramaturgo polonês Tadeusz Różewicz e ainda tocava piano e violão em cena. Foi em “Casamento Branco” também que ele conheceu uma de suas grandes amigas e atriz frequente em seus espetáculos posteriores, Ada Chaseliov.
Também em 1990, e no mesmo CCBB-RJ, o diretor Luís Fernando Lobo montou “Tambores na Noite”, de Bertolt Brecht, e convidou Claudio para fazer a música.
Claudio Botelho & Claudia Netto
Em “Tambores da Noite”, Claudio Botelho conheceu uma atriz que tinha um papel pequeno no espetáculo, mas cantava muito bem e recebeu três músicas para interpretar: Claudia Netto. Ali nascia uma parceria que rendeu muitos frutos.
Com a convivência com Claudia, Claudio começou a pensar na possibilidade um espetáculo de clássicos norte-americanos, sua grande paixão. A primeira escolha foi o compositor George Gershwin.
Em setembro de 1991, com direção de Marco Nanini e direção musical de Dagoberto Feliz, Claudio e Claudia lançaram “Hello Gershwin”. Em clima de cabaré, O espetáculo estreou no Teatro Ipanema, às segundas e terças-feiras, e foi apresentado, depois, no Teatro Rival, no Rio Jazz Club e no Teatro do Crowne Plaza, em São Paulo. Vestidos com roupas de época, os cantores contaram de forma teatral os encontros e desencontros de um casal apaixonado, sem nenhum diálogo. “O show teve certa repercussão, porque ninguém nunca havia feito nada parecido“, disse Claudio em uma entrevista. No roteiro, assinado por Botelho, os clássicos de Gershwin em inglês, como ‘The Man I Love’, ‘Embreaceble You’ e ‘Someone to Watch over me’, e letras vertidas para o português de canções menos conhecidas, especialmente as cômicas, tornando-as acessíveis ao público. Eram 26 números, incluindo dois medleys e o bis, com ‘Summertime’. Os cenários de Carlos Augusto Lefrève e os figurinos de Biza Vianna procuravam retratar a Nova York dos anos 20 e 30, onde viveram os irmãos George e Ira Gershwin. O crítico João Máximo, então no Jornal do Brasil, assistiu e escreveu uma pagina inteira sobre o espetáculo, elogiando as versões de Claudio.
Em 1992/1993, a dupla Claudio/Claudia apresentou “De Rosto Colado”, novamente com direção de Marco Nanini. Neste espetáculo, a abordagem era a obra do compositor americano Irving Berlin. O espetáculo estreou no Teatro Rival, no Rio, e depois fez temporada no Golden Room do Copacabana Palace, onde lotava todas as noites. Eram 28 números em versões em português. O roteiro sugeria a história de um casal do showbizz que sai em turnê por vários estados americanos, sendo cada canção um cenário e figurino diferente. No repertório, clássicos como “Cheek to Cheek” e “White Christmas”. O crítico Mauro Ferreira escreveu em O Globo: “O delicioso espetáculo tem direção ousada e brilhante de Marco Nanini, que lembra até o timing da peça O Mistério de Irma Vap, com as várias trocas de figurinos (…) As versões de Botelho primam por um humor espirituoso que valoriza as composições do autor (…) De Rosto Colado é provavelmente o melhor show em cartaz na cidade. O resultado é um musical à altura da obra de Berlin“.
Em janeiro de 1995, Claudio e Claudia estrearam, no Rio Jazz Club, o espetáculo “Fred e Judy”, com canções que se tornaram clássicos nas vozes de Fred Astaire e Judy Garland, como “Over the Rainbow”, “Night and Day”, “They can´t take that away from me”e “Cheek to Cheek”. O show, dirigido por Paulo Afonso de Lima, tinha formato teatral, de bolso, e fazia uma homenagem ao cinema. A dupla era acompanhada pelo piano de Breno Lucena. O show foi apresentado depois no bar do Hotel Inter-Continental e no Au Bar.
Em 1995, eles estrearam o show “That´s Entertainment”, com direção de José Wilker.
Em janeiro de 1997, a dupla Claudio & Claudia estreou, no Rio Jazz Club, “Sondheim Tonight”, espetáculo baseado nas peças e filmes para os quais Stephen Sondheim compôs música e letra. Neste show, dirigido por Paulo Afonso de Lima, eles cantaram canções como “Side By Side” (de “Company”), “Maria” (de “West Side Story”), “Losing My Mind” (de “Folies”), “Pretty Women” (de “Sweeney Todd”) e até músicas do filme “Dick Tracy”, como “Sooner or Later” e “Back in Business”. Ao contrário de outros espetáculos que fizeram sobre outros compositores, o trabalho sobre a obra de Stephen Sondheim não foi uma história criada a partir de canções. “Cada número tem começo, meio e fim, mas não foi possível encadear as canções, porque elas são muito ligadas às histórias dos musicais de onde foram tiradas“, explicou Claudio. Para o espetáculo, Claudio fez versão de seis músicas de Sondheim. As demais foram cantadas no original, em inglês, como a bela ‘Send in the Clowns’. A dupla foi acompanhada pelo pianista Breno Lucena.
No verão de 1998, Claudio e Claudia Netto estrelaram um dos maiores sucessos da dupla, o musical “Na Bagunça do Teu Coração”, com texto de João Máximo e Luiz Fernando Vianna, e direção de Bibi Ferreira. Os cenários e figurinos eram de Charles Möeller. O espetáculo contava uma história de amor por meio das músicas de Chico Buarque, e foi grande sucesso de crítica e público. A peça foi construída em três blocos: encontro, desencontro e reencontro, costurados por grandes sucessos de Chico, como “Olhos nos Olhos”, “O Que Será (A Flor da Pele)”, “Eu te Amo” e “Todo Sentimento”, e também por canções pouco conhecidas, como “Canção de Pedroca” e “Canto Fundo de Frederico” (ambas inéditas até então). A estreia ocorreu em 16/01/98, no Teatro João Caetano. A dupla era acompanhada por Chico Saraiva (violão), André Luiz Góes (clarineta), Alexandre Brasil (contrabaixo) e Lincoln Antonio (piano, arranjos e direção musical). O compositor Chico Buarque disse à época, em entrevista, que não imaginava que suas canções, reunidas, pudessem receber tratamento de peça de teatro. Chico se disse encantado com o resultado. O musical foi apresentado também no Teatro Villa-Lobos e no Café-Teatro de Arena, e foi lançado em CD.
Em 2000, a dupla Claudio e Claudia, comemorando 10 anos de parceria, estreou, no Teatro Café-Teatro de Arena, o espetáculo “Musicais in Concert”, uma colcha de retalhos da década de palco em comum. Os artistas mostraram em cena os melhores momentos dos musicais em que atuaram.
Na TV, Claudio e Claudia participaram do Programa “Série Grandes Compositores”, na TVE, apresentando, em cinco programas, canções de Gershwin, Cole Porter, Irving Berlin, Rodgers & Hart e Jerome Kern, com direção de Dermeval Netto. Também na TVE, a dupla apresentou, em 1995, quatro programas dedicados aos 100 anos da Broadway, a Kurt Weill e à dupla Rodgers & Hammerstein, com direção de Maurício Sherman. Outro projeto da dupla na TVE foi a exibição de “Na Bagunça do Teu Coração” em forma de programa de TV, dirigido por Demerval Neto. O programa foi ao ar em 1º de janeiro de 1999.
Outros trabalhos
Paralelamente à dupla com Claudia Netto, Claudio ainda atuava como cantor e compositor em outros trabalhos.
Com a cantora Cida Moreira, Claudio apresentou, em março de 1993, “Porgy & Bess in Concert”, uma versão em forma de recital da ópera “Porgy & Bess” (conhecida como “ópera negra em forma de jazz”), de George Gershwin, DuBose Heyward e Ira Gershwin, na boate People, no Rio. Acompanhados pelos músicos Gil Reyes (sopros e piano), Lincoln Antônio (piano), Guy Sasso (baixo) e Fernando Rocha (bateria), Claudio e Cida cantaram, no original em inglês, clássicos como Summertime.
Em 1995, Claudio interpretou o compositor Cole Porter no curta-metragem ‘Cole in Rio’, de Ney Costa Santos. O curta desmitificava a lenda que o próprio Porter criara que havia estado no Rio em 1935. Para marcar o lançamento do curta foi realizado, em outubro de 95, um recital no Rio Jazz Club, com Claudio interpretando standards como ‘Night and Day’ e ‘It´s De-Lovely’.
Claudio também fez composições para alguns trabalhos com Sérgio Britto no Teatro Delfim, como o balé-teatro “Memórias do Interior” (dezembro 95/ janeiro 96), o musical “Nos Tempos de Martins Pena” (agosto/1996) e o musical “Cafona Sim, E Daí?” (abril/1997), para o qual assinou a direção musical e compôs a música-título. Claudio também fez a trilha da peça “Giovanni – O Musical”, de Rogério Fabiano (dezembro/1996).
Em junho de 1996, Claudio Botelho assinou a direção musical, a tradução e as versões de “Os Fantástikos”, segunda versão brasileira do musical The Fantasticks, de Tom Jones e Harvey Schmidt, um grande sucesso off-Broadway. Com direção de Elias Andreato, o musical contava no elenco com Claudio, a então adolescente de 17 anos Kiara Sasso, que ainda assinava Chiara Sasso e depois se tornaria uma das maiores estrelas do teatro musical no Brasil; e também Nildo Parente, Guilherme Corrêa, Paulo Bibiano, Beto Bellini e Emiliano Queiroz, que havia participado da primeira montagem do musical no Brasil, em 1965. Charles Möeller assinou a cenografia e os figurinos. Os pianistas Marcelo Alvarenga e Zaida Valentim executaram a música ao vivo. A estreia ocorreu no Teatro de Arena (RJ).
Shows (solo)
Miranda (2014)
Cole Porter & Meus Musicais de Estimação (2013)
Em julho/agosto de 2013, Claudio Botelho apresentou, por cinco semanas, o show Cole Porter & Meus Musicais de Estimação, no Bar do Copa, marcando o aniversário de 90 anos do mais célebre hotel brasileiro, o Copacabana Palace. Acompanhado por Marcio Castro (piano), Thiago Trajano (violão, guitarra e banjo) e Edgar Duvivier (em participação especial, no saxofone e clarineta), Claudio entremeou canções com histórias e bastidores dos mais de 40 espetáculos em que trabalhou. Botelho soltou a voz em ícones dos musicais como If I were a rich man, de Um Violinista no Telhado; Let the sunshine in, de Hair; The Sound of Music, de A Noviça Rebelde, entre outras que receberam versões em português assinadas por ele. Mas também fez o caminho inverso e cantou, em inglês, letras escritas originalmente em português, como “Se todos fossem iguais a você”, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
Versão Brasileira (2010)
Em janeiro de 2010, celebrando os 20 anos de parceria artística com Charles Möeller, Claudio estreou, no Espaço SESC, em Copacabana, no Rio, o espetáculo Versão Brasileira. No show, Claudio, acompanhado pelos músicos Edgar Duvivier (sax e clarinete), Marcelo Castro (piano) e Thiago Trajano (violão, guitarra e banjo), fez um panorama da bem-sucedida trajetória da dupla. Ele apresentou algumas canções no original, e outras em português, já que são suas as versões dos principais musicais encenados no Brasil nas últimas décadas. No Rio, o show teve quatro semanas de casa cheia e excelentes críticas. “Este foi um espetáculo despretensioso, mas nem por isso feito de qualquer maneira. A luz do Paulo César Medeiros é linda, e os músicos são talentosíssimos. Enfim, foi uma celebração, um encontro com amigos e fãs, novos e antigos”, disse Claudio Botelho. Nos dias 21 e 22 de março daquele ano, Claudio Botelho apresentou o show ‘Versão Brasileira’ no Festival de Curitiba (no Guairinha).
Cole Porter in Rio (1995)
Em outubro de 1995, para marcar o lançamento do curta-metragem ‘Cole in Rio’, de Ney Costa Santos (no qual Claudio viveu o compositor Cole Porter), foi realizado, no Rio Jazz Club, o show solo ‘Cole Porter in Rio’, com Claudio cantando sucessos de Porter como ‘Night and Day’, ‘Get out of the Town’ e ‘I´ve got you under my skin’. Botelho se apresentou por duas semanas acompanhado pelo pianista Breno Lucena.
Principais Trabalhos
TEATRO
Como Ator
2014/2015 – Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos – direção: Charles Möeller
2005 – Lado a Lado com Sondheim – direção: Charles Möeller
2002 – Suburbano Coração – direção: Charles Möeller
2000 – Company – direção: Charles Möeller
1998 – Na Bagunça do Teu Coração – texto: João Máximo e Luiz Fernando Vianna. Direção: Bibi Ferreira
1996 – Os Fantástikos – direção: Elias Andreato
1985 – Quixote – direção: Eric Nielsen
1983 – Os Meninos da Rua Paulo – direção: Luís de Lima
Como Cantor (Shows/Peças)
2015 – Versão Brasileira – Möeller & Botelho – 25 Anos de Musicais – direção: Charles Möeller
2014 – Projeto ‘Cantos & Contos’ – Casa de shows Miranda (RJ)
2014 – Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos – direção: Charles Möeller
2013 – Cole Porter & Meus Musicais de Estimação – Bar do Copa (Copacabana Palace)
2010 – Versão Brasileira – direção: Charles Möeller – SESC-Copacabana (RJ) e Festival de Curitiba (Guairinha)
2004 – Lupicínio e Outros Amores – direção: Charles Möeller – com Soraya Ravenle
2000 – American Concert – com Claudia Netto
2000 – Musicais in Concert – com Claudia Netto
1997 – Sondheim Tonight – direção: Paulo Afonso de Lima – com Claudia Netto
1995 – Cole Porter in Rio – Rio Jazz Club – com o pianista Breno Lucena
1995 – That´s Entertainment – direção: José Wilker – com Claudia Netto
1995 – Fred e Judy – direção: Paulo Afonso de Lima – Rio Jazz Club / Bar do Hotel Inter-Continental / Au Bar (RJ) – com Claudia Netto
1993 – De Rosto Colado – direção: Marco Nanini – Teatro Rival / Golden Room do Copacabana Palace (RJ) – com Claudia Netto
1993 – Porgy & Bess in Concert – Boate People (RJ) – recital da ópera de Gershwin, com Cida Moreira
1991 – Hello Gershwin – direção: Marco Nanini – Teatro Ipanema / Teatro Rival / Rio Jazz Club (RJ) – Teatro do Crowne Plaza (SP) – com Claudia Netto
1990 – Um e Outro – direção: Miguel Falabella – Teatro Cândido Mendes (como cantor e violonista)
1990 – Casamento Branco – direção: Sérgio Britto – Teatro do CCBB-RJ (como cantor, músico, diretor musical e adaptador)
Como Diretor/Diretor Musical
2016 – Rocky Horror Show (Supervisão Musical)
2016 – Cinderella – O Musical (para Fábula Entretenimento – Supervisão Musical)
2015 – Kiss me, Kate – O Beijo da Megera
2015 – Nine – Um Musical Felliniano
2014 – Os Saltimbancos Trapalhões – O Musical (Supervisão Musical)
2014 – Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos
2013 – Como Vencer na Vida sem Fazer Força
2012 – Milton Nascimento – Nada Será Como Antes – O Musical; O Mágico de Oz; Herivelto como Conheci (com Marília Pêra)
2011 – Judy Garland – O Fim do Arco-Íris; Um Violinista no Telhado; As Bruxas de Eastwick
2010 – Hair; É Com Esse Que Eu Vou; Gypsy; Versão Brasileira; Era no Tempo do Rei (Supervisão musical)
2009 – O Despertar da Primavera; Avenida Q
2008 – A Noviça Rebelde; Beatles num Céu de Diamantes; Gloriosa – A Vida de Florence Foster
2007 – Sete – O Musical; Sassaricando – E o Rio Inventou a Marchinha
2006 – Ópera do Malandro em Concerto; Sweet Charity
2005 – Lado a Lado com Sondheim
2004 – Tudo é Jazz; Lupicínio e Outros Amores; Cristal Bacharach
2003 – Ópera do Malandro; Magdalena
2002 – Suburbano Coração; O Fantasma do Theatro
2001 – Um Dia de Sol em Shangrilá; Company
2000 – Cole Porter – Ele Nunca Disse que Me Amava
1998 – O Abre Alas
1997 – As Malvadas; Cafona sim, e daí? (Direção Musical)
1990 – Tambores na Noite (Direção Musical); Casamento Branco (Direção Musical)
Como Versionista/Adaptador
2016 – Rocky Horror Show
2016 – Cinderella – O Musical (para Fábula Entretenimento)
2015 – Kiss me, Kate – O Beijo da Megera
2015 – Nine – Um Musical Felliniano
2013 – Como Vencer na Vida sem Fazer Força; Shrek
2012 – A Família Addams; O Mágico de Oz
2011 – Judy Garland – O Fim do Arco-Íris; Um Violinista no Telhado; As Bruxas de Eastwick; Evita
2010 – Mamma Mia!; O Rei e Eu; Hair; Gypsy
2009 – O Despertar da Primavera; Avenida Q
2008 – West Side Story; A Noviça Rebelde; Gloriosa – A Vida de Florence Foster
2007 – My Fair Lady; Miss Saigon
2006 – Sweet Charity
2005 – Lado a Lado com Sondheim; O Fantasma da Ópera
2004 – Tudo é Jazz!; Chicago
2003 – Magdalena
2002 – A Bela e a Fera; O Fantasma do Theatro
2001 – O Beijo da Mulher Aranha; Company; Les Misérables; Victor ou Victoria
2000 – Cole Porter – Ele Nunca Disse que Me Amava; Candide
1998 – O Abre Alas
1996 – Os Fantástikos
1990 – Casamento Branco (adaptação para canção dos versos de Tadeusz Różewicz)
1983 – Os Meninos da Rua Paulo (adaptação para teatro do livro de Ferenc Molnár)
Como Compositor
2007 – Sete – O Musical – letras
1997 – Cafona sim, e daí? – direção: Sérgio Britto – composição da música-título
1996 – Nos Tempos de Martins Pena – direção: Sérgio Britto – músicas e letras
1996 – Giovanni – O Musical – direção: Rogério Fabiano – músicas e letras
1995 – Memórias do Interior (balé-teatro) – direção: Sérgio Britto – composições
1994 – Lago 22 – direção: Jorge Takla – composições
1990 – Tambores na Noite – direção: Luís Fernando Lobo – composições
1990 – Casamento Branco – direção: Sérgio Britto – composições
1989 – Moça, Nunca Mais – direção: Ary Fontoura e Ivan Senna – músicas e letras originais
1985 – Quixote – direção: Eric Nielsen
TV
2010 – Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor (TV Globo) – Direção dos números musicais
1999 – “Na Bagunça do Teu Coração” – TVE (o musical em forma de programa de TV) – direção: Demerval Neto.
1995 – 100 anos da Broadway – TVE (quatro programas dedicados a compositores como Kurt Weill e à dupla Rodgers & Hammerstein) – direção: Maurício Sherman.
1993 – “Série Grandes Compositores” – TVE (cinco programas, com canções de Cole Porter, Gershwin, Irving Berlin, Rodgers & Hart e Jerome Kern) – direção: Demerval Neto
CINEMA
1995 – “Cole in Rio” – direção: Ney Costa Santos (curta-metragem)
Discografia Claudio Botelho
2014 – “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”
1998 – “Na Bagunça do teu Coração” – Claudia Netto & Claudio Botelho
2001 – “Company” – Original Brazilian Cast
2005 – “Lado a Lado com Sondheim” – Original Brazilian Cast
Prêmios Claudio Botelho
2014 – Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Versão, por “Shrek”
2013 – Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Versão, por “A Família Addams”
2010 – Prêmio Shell: Categoria Especial: pela versão das músicas de “Avenida Q”
2010 – Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Diretor Teatral Musical para Charles Möeller e Claudio Botelho por “Gypsy”
2009 – Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Direção Teatral Musical: Charles Möeller & Claudio Botelho por “O Despertar da Primavera”
2009 – Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) – GRANDE PRÊMIO DA CRÍTICA para Charles Möeller e Claudio Botelho pela contribuição ao Teatro Musical Brasileiro
2008 – Prêmio Shell para Charles Möeller e Claudio Botelho na Categorial Especial, pela expressiva contribuição ao gênero musical no cenário carioca
2004 – Prêmio Shell pelas versões para o português do musical “Tudo é Jazz!”
2000 – Prêmio Governo do Estado do Rio de Janeiro por seu trabalho em “Cole Porter – Ele Nunca Disse Que Me Amava”
1999 – Prêmio Mambembe, pelo conjunto de seus trabalhos naquele ano.
Pesquisa: Leo Ladeira. © Site Möeller Botelho.
* Fontes de Consulta:
Acervo Site oficial da dupla Möeller & Botelho
Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro
“Charles Möeller e Claudio Botelho – Os Reis dos Musicais” – Tania Carvalho – Coleção Aplauso – Imprensa Oficial: São Paulo, 2009.
Acervo digital jornal O Globo
Charles Möeller e Claudio Botelho no IMDb
Site minissérie “Dalva & Herivelto – Uma Canção de Amor” (TV Globo)
► Cronologia dos Espetáculos da Dupla Möeller & Botelho