Leia a opinião do jornalista sobre o mais recente espetáculo da dupla Möeller & Botelho
O jornalista Gilberto Scofield Jr. assistiu “Kiss, me Kate – O Beijo da Megera” no último final de semana e saiu encantado!
Leia o que ele escreveu em seu perfil no Facebook:
“Möeller Botelho chegaram realmente a um platô de produção artística de uma qualidade absurda. Kiss Me, Kate – O Beijo da Megera é a prova disso e vale a viagem até a Barra. Primeiro, porque o Teatro Bradesco é um dos melhores teatros do Rio hoje. Sentamos nas cadeiras laterais da fila I e o lugar tinha uma vista esplêndida. Segundo, porque o espetáculo é um Cole Porter Shakespeareano adaptado de maneira engraçadíssima e competentíssima. O musical conta a história de Fred Graham, o dono de uma companhia de teatro que segue em turnê com uma montagem de ‘A Megera Domada’, de William Shakespeare. Pois bem: Möeller e Botelho pegaram Porter e Shakespeare à unha e fizeram um espetáculo divertido e atual na companhia de atores/cantores/bailarinos de alto nível. José Mayer, soberbo como o Graham, está cantando ainda melhor do que em “Um Violinista no Telhado”. Alesandra Verney, como Lili Vanessi/Catarina, mata a gente com seu talento e sua voz de soprano, que ela usa nos tons mais altos como eu corto a unha. A metalinguagem está não só no “teatro dentro do teatro”, como é o musical, mas também na adaptação do texto, inteligente e atual, seja para fazer comédia com o próprio mercado de entretenimento – a cena de Chico Caruso e Will Anderson (gênio!) fazendo a dança dos gângsteres é um dos pontos altos do show – seja para criticar o Brasil de hoje. Mas o que me deixou arrepiado mesmo foi o trabalho de Botelho na versão dos clássicos de Porter para o português, incluindo duas das minhas músicas preferidas: “So in Love”, interpretada deliciosamente por Verney e Mayer, e “Too darn hot”, cantada em outro ponto alto do show por Rubem Gabira e Ivanna Domenyco num número bem Porter/M&B mesmo. Tirando “So in Love” (minha interpretação preferida é com K.D. Lang, ahfalei.com.br), toda as outras músicas são feitas para os atores brincarem com as vozes, o que faz tudo muito leve e divertido. E no fim, ainda saí me perguntando: gente, o que é Fabi Bang, que rouba todas as cenas como a engraçadíssima Luisa/Bianca? Eu nunca mais vou esquecer a versão “Só que do meu jeito” para “Always True to You in My Fashion”. E coitado, sobrou até para o Edson Celulari, que estava na plateia. Inesquecível. Valeu, Möeller Botelho!”
Gilberto Scofield Jr .