Ópera do Malandro (2003)

Em 2003, a dupla Möeller & Botelho voltou a trabalhar em cima da obra de Chico Buarque, na remontagem do musical “Ópera do Malandro“, que se tornou um estrondoso sucesso de público e crítica no Rio, São Paulo e em Portugal, onde foi apresentado em duas temporadas. O espetáculo, uma luxuosa produção assinada por Charles […]

Em 2003, a dupla Möeller & Botelho voltou a trabalhar em cima da obra de Chico Buarque, na remontagem do musical “Ópera do Malandro“, que se tornou um estrondoso sucesso de público e crítica no Rio, São Paulo e em Portugal, onde foi apresentado em duas temporadas.

O espetáculo, uma luxuosa produção assinada por Charles (direção, cenários e figurinos) e Claudio (direção musical) trouxe 20 atores em cena, 12 músicos tocando ao vivo, três palcos giratórios montados num cenário de três andares, e 75 figurinos.

A cenografia era dominada pelos Arcos da Lapa, com os palcos giratórios compondo os diferentes ambientes. Já os figurinos recriaram a Lapa e o Rio dos anos 40. Para executá-los foi contratada uma equipe de alfaiates e costureiras. Só a confecção das peças demorou três meses.

Ao todo foram apresentadas 20 canções. Além das já consagradas na primeira versão, como “Folhetim” e “Geni e o Zepelim”, foram inseridas músicas compostas para a adaptação cinematográfica feita por Ruy Guerra em 1985, como “Palavra de Mulher” e “Las Muchachas de Copacabana”.

No elenco, Alexandre Schumacher, Soraya Ravenle, Lucinha Lins, Mauro Mendonça, Cláudio Tovar, Alessandra Maestrini, Sandro Christopher, entre outros nomes.

O espetáculo foi gravado ao vivo, gerando CD lançado pela Biscoito Fino. O CD traz na íntegra as canções do espetáculo, gravadas no palco do Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, Rio, com arranjos e orquestração luxuosos de Liliane Secco, e regência de André Luís Góes.

Quando começamos a produção, todo mundo falava: essa peça não vai dar certo, é uma loucura vocês mexerem nisso, isso é patrimônio dos anos 1970. E seguimos adiante. A peça tem um viés político muito forte, que não sabia se iria interessar tanto nos dias de hoje, e é extremamente verborrágica. Isso me preocupava, embora adorasse a história“, lembra Charles.

Nós mexemos muito no texto, perguntamos ao Chico se podia, ele deu autorização e cortamos muito, senão a montagem ia ficar com 5 horas. Incluímos praticamente todas as músicas que ele escreveu para o filme de Ruy Guerra. Digamos que era um mix de tudo que ele tinha escrito para a Ópera do Malandro no teatro e no cinema“, explicou Claudio.

Nós viramos um pouco mais mainstream depois da Ópera do Malandro. A Ópera era o assunto da cidade. Eu andava nas ruas e via pessoas com a camiseta da peça. Acho que ali demos o primeiro passo em direção a um tipo de teatro a que o Rio de Janeiro andava meio desacostumado: o que traz hordas de fãs para assistir aos espetáculos mais de uma de vez“, complementa Charles.

A crítica Barbara Heliodora rasgou elogios à montagem da dupla:

(…) Com uma variedade de locais a serem apresentados, Charles Möeller resolveu brilhantemente a cenografia, com os Arcos da Lapa dominando o mundo dos malandros (…) São também de Möeller os ótimos figurinos, que criam época e personagens na linha de exagero que o espetáculo exige. A direção de Charles Moeller mantém o quadro de exagero que o texto sugere e tira ótimas atuações de seus atores-cantores, bem como de seus cantores-atores (…) A “Ópera do malandro”, enfim, é um prazer excepcional para um público que anda sequioso para ver o que é bom”.

Ficha Técnica

Texto
Chico Buarque

Baseado nas Obras
Ópera dos Mendigos, de John Gay
Ópera de Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill

Direção
Charles Möeller

Direção Musical
Claudio Botelho

Orquestrações
Liliane Secco

Regência
André Luiz Góes

Coreografia
Renato Vieira

Cenário
Charles Möeller

Figurino
Charles Möeller

Design de Luz
Paulo César Medeiros

Design de Som
Branco

Produção
Axion Produtores Associados

Elenco
Max Overseas – Alexandre Schumacher
Teresinha – Soraya Ravenle
Duran – Mauro Mendonça / Nuno Leal Maia
Vitória – Lucinha Lins / Selma Reis
Tigrão – Claudio Tovar / Thelmo Fernandes
Lucia – Alessandra Maestrini
Geni – Sandro Christopher / Thelmo Fernandes / Fernando Eiras

Prostitutas
Dóris Pelanca – Ada Chaseliov
Fichinha – Sabrina Korgut
Mimi Bibelô – Ivana Domenico / Camila Caputti
Dorinha Tubão – Renata Celidonio
Shirley Paquete – Sheila Mattos / Marya Bravo
Jussara Pé de Anjo – Lilian Valeska
Catarina Blue – Maria Carolina Ribeiro / China Blue – Ester Elias

Malandros
Barrabás – Claudio Lins / André Falcão
General Electric – Ronnie Marruda
Johnny Walker – Paulo Mello / Renato Rabelo
Phillip Morris – Mauro Gorini/Murilo Neves/Ricca Barros/Mauricio Baduh
Big Ben – André Falcão / Cristiano Gualda
Kid – Giuliano Candiago / Betto Serrador / Chris Penna

Músicos
Carlos Mendes / Anderson / Cintia Zanco / Keder Candido – primeiro violino
Angélica Alves / Talita / Danilo Trevisan – segundo violino
José Völker / Tais Mendes / Anai Rosa / Renato Kutner – viola
Claudia Grosso Salles / Ronildo / Marisa Silveira / Fabio Petrucelli – violoncelo
Silvio D’Amico / Thiago Trajano / João Gaspar / Cesar Berton – violão
Omar Cavalheiro / Felipe Portinho – baixo
Vitor Motta / Fernando / Goio Lima – sax
Vinícius Lugon / Josué Silva / Claudio Faria / Amílcar – trompete / flugelhom
João Luis Areias / Wanderson / Marcos / Silvio Giannetti / Jesaias – trombone
João Bittencourt / Itamar Assieri / Adriano Souza / Christianne Neves – piano
Affonso Netto / Joca Morais – bateria / percussão

Estreia: 16/08/2003 – Teatro Carlos Gomes (RJ)

Temporadas

Portugal
• Temporada Portugal em 2006 – de 10 a 25 de março:
(Coliseu dos Recreios / Lisboa 11 apresentações e Coliseu do Porto)
• Temporada Portugal em 2005 – de 26 de fevereiro a 26 de março:
Centro Cultural de Belém / Lisboa – Portugal
Coliseu dos Recreios / Lisboa – Portugal
Coliseu do Porto / Porto – Portugal
Centro de Artes e Espectáculos – Figueira da Foz – Portugal

Rio de Janeiro
• Canecão / RJ – de 28 de abril a 8 de maio de 2005
• Teatro Carlos Gomes / RJ – de 16 de agosto de 2003 a 30 de junho de 2004

São Paulo
• Tom Brasil – Nações Unidas / SP de 22 de julho a 22 de agosto de 2004

Galeria

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