Para Claudio Botelho, um dos diretores do musical “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes – O Musical”, que estreia nesta sexta-feira (22) em São Paulo após temporada carioca, o espetáculo foi feito como um presente para o artista mineiro.
“Na primeira reunião, a gente perguntou ao Milton: você quer participar ou receber como presente? Ele respondeu: quero o presente. E a partir dali, a gente fez para dar de presente”, contou Botelho em evento de divulgação do espetáculo realizado nesta terça-feira (19).
Sem dramaturgia com textos falados, trama ou personagens, o musical conta a obra do cantor mineiro por meio de 48 canções divididas em quatro atos de acordo com as estações do ano, que também simbolizam sentimentos e passagens. A primavera, por exemplo, representa a criação, com “Canção Amiga”, e o inverno coincide com a ditadura militar, com “Sentinela”. “É quase uma ópera, um espetáculo totalmente cantado, sem uma palavra”, diz Botelho.
Logo depois que estreou, o Milton contou para a gente: “É engraçado, eu estou em cena o tempo inteiro. Eu sou aquela gente, aquele boné, eu usei aquele cachecol, eu me vesti com aquela echarpe, aquelas botas”
No entanto, o diretor afirma que o musical representa o artista como criador e “em si, é o Milton”. “Logo depois que estreou, ele contou para a gente: “É engraçado, eu estou em cena o tempo inteiro. Eu sou aquela gente, aquele boné, eu usei aquele cachecol, eu me vesti com aquela echarpe, aquelas botas”.”
Segundo o também diretor Charles Möeller, o musical se passa em uma “grande casa mineira, dentro de um clube da esquina, onde não existem portas”. Para os diretores, esse clube resume a utopia e a ingenuidade juvenil de querer mudar o mundo. Não houve audição para o musical: o elenco foi escolhido “a dedo” pelos diretores, e muitos deles haviam trabalhado com eles anteriormente, principalmente em “Beatles Num Céu de Diamantes”. “A gente queria uma coisa íntima”, justifica Möeller.
O figurino, diz Möeller, partiu de uma pesquisa gigante sobre o visual hipster. “A gente tentou fazer uma coisa meio ‘hipster de fazenda’, misturamos muitos elementos. É como se fosse um baú de várias casas abandonadas. Tem uma harmonia dentro do contexto, mas eu não queria que tivesse uma lógica”. Anáguas de rendas se misturam a botas de cowboy, camisas de tricô, casacos do Exército e até quimonos no palco. As toalhas de mesa, ele garante, são todas mineiras. “Nada foi comprado numa lojinha. Isso é que dá a vivência e a maluquice”, diz.
A gente tentou fazer uma coisa meio ‘hipster de fazenda’, misturamos muitos elementos. É como se fosse um baú de várias casas abandonadas. Nada foi comprado numa lojinha. Isso é que dá a vivência e a maluquice
“Milton Nascimento – Nada Será Como Antes – O Musical” foi exibido no Rio de Janeiro, onde ficou até março, e chega agora a São Paulo com uma única mudanca de três músicos em relação ao elenco que se apresentou na capital fluminense. O espetáculo deve seguir para Curitiba depois da capital paulista. “Dancin’ Days” e “Kiss Me Kate” são projetos futuros da dupla de diretores.
Serviço
“Milton Nascimento – Nada Será Como Antes – O Musical“
Quando: a partir de 22 de março, às sextas (21h30), aos sábados (18h e 21h30) e aos domingos (18h)
Onde: Teatro GEO – Rua Coropés, 88 – Pinheiros
Quanto: de R$ 100 (balcão) a R$ 150 (plateia)
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 90 minutos
Vendas:
Bilheteria da casa
Segunda a domingo, das 12h às 20h ou até o início do musical
Telefone
Showcard: (011) 4003-4939 – segunda a sexta, das 9h às 20h; sábado, das 9h às 15h
Internet
www.showcard.com.br – compra sujeita a taxas de conveniência e entrega
Mais informações: (011) 3728-4929/4939 ou www.teatrogeo.com.br
Por: Mariana Pasini
Do UOL, em São Paulo