Charles Möeller & Claudio Botelho ganham o Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo

Categoria Segundo Caderno/Teatro: CHARLES MÖELLER E CLAUDIO BOTELHO.

Categoria Segundo Caderno/Teatro: CHARLES MÖELLER E CLAUDIO BOTELHO

O surgimento da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho nos palcos brasileiros alterou, definitivamente, a cara do panorama teatral do Rio de Janeiro e, também, do país. Considerados “Os reis dos musicais”, foram eles os principais responsáveis pelo boom do gênero musical nos anos 2000, uma fase marcada pela realização de produções grandiosas, de alto rigor técnico e artístico, e que resultaram em grandes bilheterias, contribuindo para o fortalecimento da economia do fazer teatral no país. Em 2015, a dupla celebrou 25 anos da primeira produção em que estiveram juntos, na montagem de “Hello, Gershwin”, sob a direção de Marco Nanini. Pouco tempo depois, eles assinaram juntos a criação e a direção de um espetáculo, o cabaré musical “As malvadas”, que completou, em 2015, 18 anos desde a sua estreia. O ano de 2015 marcou, portanto, esses dois importantes aniversários, mas foi além disso: a dupla mostrou que essa longa trajetória, composta por 35 espetáculos, atingiu um nível raro de sofisticação e comunicação com o público, com a estreia dos celebrados “Nine — Um musical felliniano” e “Kiss me, Kate — O beijo da megera”. Este último conquistou importantes prêmios, como o Cesgranrio nas categorias melhor ator e atriz em musical (José Mayer e Alessandra Verney), e figurino (Carol Lobato). 


— Concorremos por três vezes a esse prêmio (Faz Diferença), mas esta é a primeira vez em que ganhamos, o que me deixa muito feliz — diz Möeller.

— Em todas as últimas edições nós perdemos, mas perdemos felizes, porque os vencedores eram grandes nomes do teatro — diz Botelho, referindo-se a Sérgio Britto, vencedor em 2008, e Fernanda Montenegro, em 2009.

Os dois ressaltaram que, além das novas montagens, 2015 foi um ano especial por terem conseguido manter cinco espetáculos em cartaz. Além de “Nine” e “Kiss me, Kate”, eles apresentaram “Os saltimbacos Trapalhões”, “Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos” e a 12ª temporada de “Beatles num céu de diamantes”.

— Realizar isso num ano de crise como esse foi, realmente, uma vitória. Não imaginávamos que seria possível — diz Möeller.

Botelho conta que a dupla passou por uma verdadeira revisão de métodos de produção para se adaptar à queda nas verbas dos patrocinadores.

— Foi um ano difícil, mas recompensador. Pensamos: “Vamos fazer do jeito que dá, ou não fazemos”. Os patrocínios diminuíram, mas não deixamos de fazer. Criamos um grande espetáculo (“Kiss me, Kate”), que lotou um teatro de mais de mil lugares, e um de médio porte (“Nine”), que atraiu ótimo público.

Em 2016, eles estreiam “Se meu apartamento falasse”, “Pippin” e o autoral “Verônica ou 13”.

Fonte: O Globo: 23/01/2016.
Foto: Ana Branco.

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