Eles são a cara da cidade! O Globo: Vinte personagens da cidade declaram seu amor pelo Rio de formas diferentes. E entre eles está Gregorio Duvivier.
Carioquice explícita: Moradores da Zona Sul falam (e demonstram) seu amor pelo Rio no aniversário da cidade
O Rio de Janeiro chegará amanhã, 1º de março, aos 448 anos no auge da forma: Patrimônio Mundial da Humanidade, próximo palco da final da Copa do Mundo e em meio aos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016. Tudo isso com a moldura das paisagens naturais e o charme que só uma cidade espremida entre o mar e a montanha pode exalar. .
As ideias que nascem inspiradas nos belos cenários ganham vida em forma de versos, imagens, estampas e receitas. O GLOBO-Zona Sul convocou 13 personagens intimamente ligados às dores (poucas) e às delícias (muitas) de ser carioca para homenagear a cidade e a região que é a vitrine do Rio de Janeiro no Brasil e no mundo.
E entre nossos cariocas está o ator Gregorio Duvivier, que fará o Finch de “Como Vencer na Vida sem Fazer Força”, da dupla Möeller & Botelho e Geo. .
Leia abaixo:
Gregório Duvivier: Um conto herdado e cheio de humor:
Gregório Duvivier é ator, autor e roteirista e usou seus dotes para escrever um conto carioca bem familiar.
“Meu tataravô era um pirata que naufragou a quilômetros da costa e veio nadando até parar na praia de Copacabana. Foi assim que meu pai me contou. E ali ele ficou, o tataravô, quando só tinha areia — e nenhum contato com a civilização. Meu bisavô — o filho do tataravô — foi quem fez o túnel velho, o primeiro contato com a civilização. Ou talvez não tenha sido ele, mas foi assim que meu pai me contou. Na época, talvez não chamasse túnel velho, porque não era velho. Talvez chamasse túnel novo. Ou só túnel, porque não tinha outro. Isso meu pai não contou. Meu avô — o filho do bisavô — cresceu entre cabritos e bezerros, na altura do Posto 3. Levava o bezerro pra escola, mas o bicho não podia entrar. Então, ele ficava olhando o bezerro a tarde inteira pela janela. Quando ele tinha 7 anos, viu surgir ao seu lado o Copacabana Palace, e depois o bairro inteiro. A rua em que ele vivia levou o nome da família, assim como o ponto de táxi, a banca de jornal e o botequim, pra desespero da minha bisavó. ‘Eles tinham que pedir licença pra usar nosso nome.’ E a família se mudou pra Laranjeiras. Já sem bezerro nem cabrito. E, depois de Laranjeiras, cada um foi pro seu canto. E talvez nada disso tenha acontecido de verdade. Mas é assim que eu vou contar pro meu filho.”
Fonte: O Globo Zona Sul – 28/02/13