Aí está o resultado da minha felicidade!

Entrevista Luciana Buarque, figurinista de Os Saltimbancos Trapalhões – O Musical

Entrevista Luciana Buarque, figurinista de Os Saltimbancos Trapalhões – O Musical

(Na foto acima, Luciana – a terceira da esq. para a dir. na fila de cima – e sua equipe de figurino)

Quem já assistiu ao novo espetáculo da dupla Charles Möeller & Claudio Botelho, “Os Saltimbancos Trapalhões – O Musical” pôde se encantar não só com os belos cenários de Rogério Falcão, com a luz de Paulo César Medeiros, o som de Marcelo Claret, nomes que já fazem parceria com os diretores há bastante tempo, mas também com o trabalho de uma estreante nos musicais da dupla: a premiada figurinista Luciana Buarque.
 
“São lindíssimos os figurinos de Luciana Buarque, de bom gosto, coloridos, visualmente encantadores”. Escreveu o site Botequim Cultural, na primeira crítica publicada ao espetáculo. (Leia aqui).
 
Com razão, Luciana só tem ouvido elogios por seu trabalho. Os elementos circenses, teatrais, alegóricos e regionais encontrados na obra da figurinista têm encantado os espectadores do musical de Möeller & Botelho.
 
Graduada em História, Luciana Buarque começou a trabalhar no teatro em 1990, no espetáculo “A vida é sonho”, com direção de Gabriel Villela. Dois anos depois, repetiu a parceria com o diretor, assinando os figurinos de “Romeu e Julieta”, do Grupo Galpão, pelo qual foi premiada pela APCA e em Festival no Texas. No cinema, foi responsável pelos figurinos de filmes como “O mandarim”, “Tieta do Agreste”, “Nosso Lar” e “Sudoeste”. Já na TV, seu trabalho foi visto em produções como “Hoje é Dia de Maria”, “Hoje é dia de Maria 2” e “A Pedra do Reino”. 
 
Tigrana (Adriana Garambone) e Assis Satã (Nicola Lama)
Foto: Edgar Duvivier 
 
Em “Os Saltimbancos Trapalhões” Luciana faz seu retorno ao teatro e em grande estilo!
Conversamos com a figurinista sobre seu trabalho no musical. Confira:
 
 
Site Möeller & Botelho: Como você recebeu o convite para assinar os figurinos deste musical? 
 
Luciana Buarque: Recebi através de um telefonema da Tina (Salles, coordenadora artística da Möeller & Botelho). Há muitos anos não fazia teatro. Foi uma surpresa muito bacana.
 
 
MB: Quais foram suas ideias e conceitos para os figurinos do musical?
 
LB: O universo do circo esteve sempre muito presente nas minhas pesquisas de linguagem. Só precisei deixar fluir o que já intuía e adaptar às necessidades de cada personagem.

 
A Gata (Giselle Prattes) no meio da gataria
Foto: Leo Ladeira
 
 MB: Que figurinos foram mais complexos em sua opinião?
 
LB: Os mais complexos de conceber foram os dos acrobatas. Como fazer algo interessante com tantas limitações técnicas? Precisavam ser confortáveis, flexíveis, simples. Tornar tudo isso interessante foi o maior desafio. Busquei o caminho da brincadeira das cores.
 
 
MB: Quantos figurinos são ao todo no espetáculo?
 
LB: Confesso que não deu tempo de fazer as contas. O tempo foi curto demais! Aproximadamente 100, entre trocas, substitutos, contrarregras.
 
 
Detalhe de figurino
Foto: Luciana Buarque
 
 
MB: Que materiais você usou nos figurinos do espetáculo?   
 
LB: Predominantemente tecidos. Tudo precisa ter durabilidade. Optei por brincar com as tintas. Todas as peças de roupa passaram por algum tratamento com técnicas de pintura. Desde o tingimento clássico a quente, até respingos de tinta, passando por estamparias à mão, estêncil, carimbo, etc.
 
 
MB: Sua equipe foi formada por quantas pessoas?
 
LB: Onze pessoas contratadas. Duas assistentes, uma modelista, cinco costureiras e três aderecistas. Eu gosto muito de formar pessoas e trabalho sempre com estagiárias. Dessa vez batemos o recorde e tivemos onze estagiárias se revezando nos seus horários possíveis. Elas trabalharam voluntariamente.
 
 
Os africanos
Foto: Leo Ladeira
 
MB: Que figurinos você mais destaca no espetáculo?
 
LB: Nenhum em especial. Gosto da dupla Tigrana e Satã, Karina e Frank, gosto do grupo dos acrobatas, do grupo da trupe, gosto dos africanos, do pajé. Difícil escolher. Cada um tem um mérito, uma história, um processo. 
 
 
O Barão (Roberto Guilherme) e Tigrana (Adriana Garambone)
Foto: Mauro Pimentel (FolhaPress)
 
MB: Algum ponto a mais que você gostaria de destacar no trabalho deste espetáculo? 
 
LB: Certa vez, trocando ideias com Charles (Möeller, diretor), ele me falou: “Eu quero que você seja feliz!” Nenhum diretor jamais me falou isso. Aí está o resultado da minha felicidade.  
 
 
 
Veja mais fotos abaixo, incluindo um ensaio fotográfico com detalhes dos figurinos!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fotos: Luciana Buarque e Maria Hermeto 
 
 
Veja mais fotos de figurinos:
 
Karina (Giselle Prattes). Foto: Beto Carramanhos 
 
 Barão (Roberto Guilherme) e Didi (Renato Aragão)
 
 
Pedro (Nicolas Prattes) e Ana/João  (Lívian Aragão)
 
 
A figurinista Luciana Buarque e a atriz Ada Chaseliov nos bastidores  
 
 
Maria Hermeto, da equipe de Luciana, nos bastidores do atelier de figurino
 
 
Trabalho no atelier de figurino 
 
Mesa de trabalho
 
Equipe trabalhando
 
  Figurinos
 
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