A vida e a obra da primeira maestrina brasileira, Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935), foram contadas neste espetáculo, que teve direção de Charles Möeller, e direção musical de Claudio Botelho.
Baseado no livro de Edinha Diniz e com texto de Maria Adelaide Amaral, o musical comemorava os 150 anos da pioneira compositora, instrumentista e regente.
“O Abre Alas” foi estrelado por Rosamaria Murtinho, que fazia sua estreia em musicais. O elenco contava também com Alessandra Maestrini, Alessandra Verney, Gottsha, Ada Chaseliov, Selma Reis, Cláudio Galvan, Sílvio Ferrari, Rosana Garcia, Monique Lafond, entre outros.
Quatro músicos executavam ao vivo clássicos da maestrina, como “Lua Branca”, “Corta-Jaca” e “O Abre Alas”, além de músicas especialmente compostas por Claudio Botelho para o espetáculo. Para viver a revolucionária compositora, Rosamaria teve aulas de canto, além de dicas especiais de Selma Reis, que fazia uma participação especial na peça vivendo uma cantora de cabaré.
Destacavam-se também os cenários, assinados por Charles, e os figurinos de Rosa Magalhães.
O musical resgatava não só a história de Chiquinha, mas também o Rio de Janeiro em que ela viveu. Personagens como Artur Azevedo, João do Rio e Procópio Ferreira se misturavam entre os músicos e as coristas dos teatros e cabarés. Em seu leito de morte, a compositora pede que abram as janelas para que ela pudesse ver a Praça Tiradentes pela última vez. O cenário da praça na época era formado por um valioso conjunto de teatros, como o São José, o Recreio, além dos ainda existentes Carlos Gomes e João Caetano. Por esses palcos desfilaram várias composições de Chiquinha, como “A Corte na Roça” e “Forrobodó”.
A Grande Burleta, Um Musical
“Tínhamos o texto brilhante da autora, a vida brilhante da compositora e, de quebra, mais de duas mil composições para escolher à vontade. Por que, diabos, não fazer disso um musical? O musical não é, ao contrário do que se pode pensar eventualmente, um gênero exclusivamente americano ou inglês. Houve muito teatro musicado no Brasil na virada do século; o teatro com canções, com música, era um sucesso aqui. E Francisca Gonzaga foi uma mestra e um pilar principal da composição deste ‘teatro musical brasileiro’. Escreveu canções para mais de 70 peças de teatro, entre burletas, operetas, comédias musicais e revistas. A assinatura de Chiquinha Gonzaga foi, a partir de determinado momento, garantia de sucesso para um espetáculo na Praça Tiradentes. A ideia aqui é contar a vida da compositora com a ajuda de sua música, e homenageando o gênero para o qual ela dedicou parcela generosa de sua vida: o teatro musical.”
Charles Möeller & Claudio Botelho
Ficha Técnica
Texto
Maria Adelaide Amaral
Baseado no livro de
Edinha Diniz
Direção
Charles Möeller
Direção Musical
Claudio Botelho
Músicas
Chiquinha Gonzaga
Músicas Compostas
Claudio Botelho
Coreografia
Daniela Visco
Cenário
Charles Möeller
Figurino
Rosa Magalhães
Design de Luz
Aurélio de Simoni
Assistente de Direção
Celso André
Pesquisa Musical
Colé Alencar
Consultoria Musical
Paulo Afonso de Lima
Produção
Montenegro & Raman
Elenco original (Temporada RJ)
Rosamaria Murtinho (como Chiquinha Gonzaga)
Ada Chaseliov
Alessandra Maestrini
Alessandra Verney
Ângelo de Matos
Annabel Albernaz
Cacau Hygino
Cláudio Galvão
Gottsha
Guilherme Isnard
Marcelo Torreão
Márcia Del Anillo
Monique Lafond
Patrick de Oliveira
Ricardo Brasil
Ricca Barros
Rodrigo Mendonça
Rosana Garcia
Sílvio Ferrari
Stella Maria Rodrigues
Thiago Picchi
Participação Especial
Selma Reis
Estreia: 21 de agosto de 1998 – Teatro João Caetano (RJ).
Temporada São Paulo: Teatro Alfa Real.
Galeria
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